Ideias na Mesa: Obesidade dá para reverter?O problema do sobrepeso e da obesidade no Brasil tem aumentado de forma assustadora nos últimos anos. Dados do Ministério da Saúde indicam que se não alterarmos nossos hábitos alimentares, logo estaremos em situação semelhante à dos Estados Unidos, onde a situação já é comparada a uma pandemia. Esse fenômeno aqui no país se apresenta mais grave entre aquelas pessoas de menor renda e de baixa escolaridade, mas afeta todas as classes sociais, idades, gêneros e regiões. É um verdadeiro problema nacional que se expressa em baixa qualidade de vida, doenças, dificuldades para o cotidiano de quem é afetado diretamente, para os familiares e para a sociedade de maneira geral. Enfrentar essa situação exige mobilização da sociedade, articulação dos diferentes níveis de governo, de diferentes áreas, dos meios de comunicação, entre outros.

Para avançar no tratamento da questão, organizações e redes vinculadas à Articulação Nacional de Agroecologia vêm adotando com sucesso o método da sistematização das realidades nas quais as desigualdades de gênero na agricultura familiar se expressam. Ao explorarem esse caminho metodológico, as entidades envolvidas nesses esforços procuram analisar as condições que favorecem e/ou bloqueiam as mudanças nas relações entre homens e mulheres nos ambientes sociais influenciados por suas ações. Ao mesmo tempo, esses exercícios têm tido o mérito de motivar famílias e lideranças da agricultura familiar a se engajarem no processo de produção de conhecimentos sobre suas próprias práticas de gênero. Evitam-se, assim, formulações generalizantes sobre tema que, no mais das vezes, não encontram correspondência na realidade específica percebida por aquelas que sofrem mais diretamente com as desigualdades.

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