Comentário publicado por especialistas destaca pontos positivos da presença de alertas de advertência
nos rótulos dos alimentos não saudáveis

O sistema de rotulagem nutricional de advertência tem o maior potencial de promover dietas saudáveis quando comparado a outros sistemas em vigor no mundo, como o semáforo nutricional, o sistema de estrelas (Health Star System) e o sistema de cores (5-Color Nutrition Label). É isso que indica um comentário publicado recentemente na revista especializada Obesity, organizada pela Obesity Society.  

Modelo de advertência em formato de triângulos defendido pela Aliança.

O texto, assinado pelos pesquisadores Neha Khandpur (USP (Universidade de São Paulo) e Universidade de Harvard, Estados Unidos), Carlos Monteiro (USP) e Boyd Swinburn (Universidade de Auckland, Austrália), aponta os benefícios do sistema de rotulagem frontal de advertência: (1) ser consistente nas informações que comunica; (2) desencorajar a compra e o consumo de alimentos ultraprocessados que caracterizam dietas não saudáveis; (3) ser mais propenso a reforçar outras medidas regulatórias, como a tributação de bebidas adoçadas; (4) ser mais propenso a encorajar os fabricantes a reformular seus produtos de forma a se tornarem mais saudáveis.

Há ainda outra vantagem: as advertências são menos propensas a serem utilizadas como estratégia de marketing por parte da indústria de alimentos. Isso porque apenas produtos altos em nutrientes críticos (como açúcares, sódio e gorduras) recebem o selo de advertência. Em outros sistemas em vigor no mundo, como o semáforo nutricional, características positivas tendem a ser salientadas em detrimentos dos nutrientes críticos, minimizando os riscos que o consumo do produto pode trazer para a saúde. Além disso, o uso das advertências é compulsório – isto é, obrigatório – ao contrário de outros sistemas, que são voluntários.

“O desafio de melhorar a dieta da população consiste em reduzir o consumo de alimentos não essenciais e aumentar o consumo de alimentos essenciais. O sistema de advertências foca na primeira parte do desafio (…). Ao não aparecer nos alimentos essenciais, as advertências não desviam a atenção do consumidor dessa categoria e não coloca em risco a recomendação dos guias alimentares de se consumir uma diversidade de alimentos essenciais”, escreveram os autores.

A publicação completa, em inglês, pode ser lida aqui.

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