Rotulagem frontal uruguaia prevê selo em alimentos e bebidas ultraprocessados

com excesso de nutrientes críticos e incomoda a multinacional

O Uruguai está muito próximo de aprovar o modelo de advertência para a rotulagem frontal e a indústria alimentícia e de bebidas não está nada confortável com a medida. No dia 11 de agosto, a Coca-Cola Company enviou uma notificação ao Ministério de Economia e Finanças uruguaio ameaçando acionar a OMC (Organização Mundial do Comércio) caso a medida avance.

A exemplo do modelo chileno, o plano é criar sinais de alertas frontais nas embalagens dos alimentos e bebidas ultraprocessados na forma de um octógono preto com as inscrições “Excesso de” para os nutrientes críticos como açúcar, sódio e gorduras. Uma ampla pesquisa foi realizada no Uruguai para validar junto à população do país o modelo de advertência, que, por sua vez, está fortemente amparado pelas evidências científicas disponíveis.

De acordo com a notificação enviada pela Coca-Cola Company, obtida pelo blog O Joio e o Trigo, o modelo proposto viola os acordos do Mercosul, da OMC (Organização Mundial do Comércio) e do Codex Alimentarius. Segundo a empresa, os selos equivalem a uma barreira não alfandegária, o que significaria uma violação ao acordo do OMC sobre obstáculos técnicos ao consumo. A Coca-Cola faz ainda outras críticas ao modelo, como os padrões da Organização Panamericana de Saúde (Opas) para calcular os níveis de excesso de sal, gordura e açúcar.

Porém, em uma pesquisa realizada com 4.300 uruguaios, 93,8% dos participantes afirmaram que a rotulagem de advertência é boa e 85,7% avaliaram que a medida ajudaria a melhorar a qualidade da alimentação. Além disso, 92,6% responderam que levariam em conta os sinais na hora de escolher um produto.

A reportagem completa pode ser vista no blog O Joio do Trigo.

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