64% dos brasileiros apoiam imposto maior para ultraprocessados e bebidas adoçadas, aponta DataFolha
64% dos brasileiros apoiam imposto maior para ultraprocessados e bebidas adoçadas, aponta DataFolha (foto: freepik)

Pesquisa encomendada pela ACT Promoção da Saúde buscou avaliar a opinião da população sobre temas relacionados a bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos ultraprocessados na Reforma Tributária. 

 

A maioria da população brasileira é a favor de uma tributação maior para produtos que fazem mal à saúde, como bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos ultraprocessados. 

O estudo foi encomendado ao DataFolha pela ACT Promoção da Saúde, que é integrante da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, e divulgado nesta quarta-feira (27/11). 

A pesquisa aponta que os alimentos ultraprocessados e bebidas adoçadas tiveram o maior crescimento de aprovação por uma tributação mais alta, saltando 18 pontos percentuais em um ano: agora, 64% dos que responderam são a favor de que mais impostos incidam sobre refrigerantes, sucos de caixinha, pós para refresco, bebida energética e sobre alimentos ultraprocessados, como salsicha, biscoitos recheados e macarrão instantâneo, entre muitos outros. 

No ano passado, os favoráveis a impostos maiores eram 47% para bebidas adoçadas e 46% para ultraprocessados.

O levantamento ainda apontou que os brasileiros apoiam o aumento da tributação de cigarro e produtos de tabaco (82%) e produtos com alta emissão de carbono (81%); armas e munições, agrotóxicos e bebidas alcoólicas com citações de 77% e 78%; e na faixa de 64% a 66%, embalagens plásticas, ultraprocessados, bebidas adoçadas e combustíveis fósseis. 

A pesquisa quantitativa foi realizada entre os dias 7 e 11 de outubro com mais de 2.000 pessoas em todo o Brasil. A margem de erro máximo da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

Gráfico pesquisa ACT / Datafolha
Gráfico P5: Na sua opinião, quais dos seguintes produtos deveriam ter seus impostos aumentados?

“Os dados mostram o aumento da conscientização da população sobre o impacto nocivo desses produtos na sociedade, especialmente os alimentos ultraprocessados”, diz Marcello Baird, coordenador de advocacy da ACT Promoção da Saúde.

No entanto, mesmo com a maior conscientização da população sobre os impactos negativos desses produtos na saúde humana e a concordância da grande maioria em relação à maior tributação, as discussões sobre o Imposto Seletivo na regulamentação da Reforma Tributária podem ir em direção contrária.

“Apesar desse apoio, corremos o risco dos alimentos ultraprocessados e bebidas adoçadas ficarem de fora do Imposto Seletivo, pois a indústria que representa os alimentos ultraprocessados, além de associações de supermercados e de bares e restaurantes, formou uma coalizão no âmbito da reforma tributária que dificulta muito o avanço dessas pautas no Congresso Nacional”, alerta Baird. 

Conscientização maior da população

A conscientização da população não para por aí. Sete em cada dez brasileiros são contra a venda de refrigerantes, biscoitos recheados, macarrão instantâneo e outros alimentos ultraprocessados nas cantinas das escolas públicas e particulares. O percentual é maior entre as mulheres (75%) e menor entre os mais jovens (16 a 24 anos – 59%).

Sobre a publicidade e propaganda desses produtos, 70% dos entrevistados também são a favor que eles levem o selo da lupa de “Alto Em” açúcar, gorduras e sódio em seus rótulos.

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