27/11/2024 - Blog Notícias
Pesquisa encomendada pela ACT Promoção da Saúde buscou avaliar a opinião da população sobre temas relacionados a bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos ultraprocessados na Reforma Tributária.
A maioria da população brasileira é a favor de uma tributação maior para produtos que fazem mal à saúde, como bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos ultraprocessados.
O estudo foi encomendado ao DataFolha pela ACT Promoção da Saúde, que é integrante da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, e divulgado nesta quarta-feira (27/11).
A pesquisa aponta que os alimentos ultraprocessados e bebidas adoçadas tiveram o maior crescimento de aprovação por uma tributação mais alta, saltando 18 pontos percentuais em um ano: agora, 64% dos que responderam são a favor de que mais impostos incidam sobre refrigerantes, sucos de caixinha, pós para refresco, bebida energética e sobre alimentos ultraprocessados, como salsicha, biscoitos recheados e macarrão instantâneo, entre muitos outros.
No ano passado, os favoráveis a impostos maiores eram 47% para bebidas adoçadas e 46% para ultraprocessados.
O levantamento ainda apontou que os brasileiros apoiam o aumento da tributação de cigarro e produtos de tabaco (82%) e produtos com alta emissão de carbono (81%); armas e munições, agrotóxicos e bebidas alcoólicas com citações de 77% e 78%; e na faixa de 64% a 66%, embalagens plásticas, ultraprocessados, bebidas adoçadas e combustíveis fósseis.
A pesquisa quantitativa foi realizada entre os dias 7 e 11 de outubro com mais de 2.000 pessoas em todo o Brasil. A margem de erro máximo da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
“Os dados mostram o aumento da conscientização da população sobre o impacto nocivo desses produtos na sociedade, especialmente os alimentos ultraprocessados”, diz Marcello Baird, coordenador de advocacy da ACT Promoção da Saúde.
No entanto, mesmo com a maior conscientização da população sobre os impactos negativos desses produtos na saúde humana e a concordância da grande maioria em relação à maior tributação, as discussões sobre o Imposto Seletivo na regulamentação da Reforma Tributária podem ir em direção contrária.
“Apesar desse apoio, corremos o risco dos alimentos ultraprocessados e bebidas adoçadas ficarem de fora do Imposto Seletivo, pois a indústria que representa os alimentos ultraprocessados, além de associações de supermercados e de bares e restaurantes, formou uma coalizão no âmbito da reforma tributária que dificulta muito o avanço dessas pautas no Congresso Nacional”, alerta Baird.
Conscientização maior da população
A conscientização da população não para por aí. Sete em cada dez brasileiros são contra a venda de refrigerantes, biscoitos recheados, macarrão instantâneo e outros alimentos ultraprocessados nas cantinas das escolas públicas e particulares. O percentual é maior entre as mulheres (75%) e menor entre os mais jovens (16 a 24 anos – 59%).
Sobre a publicidade e propaganda desses produtos, 70% dos entrevistados também são a favor que eles levem o selo da lupa de “Alto Em” açúcar, gorduras e sódio em seus rótulos.