O marketing digital de substitutos do leite materno (SLM) está em crescimento exponencial e descontrolado, levando mães a desacreditarem da amamentação. É urgente regular essas práticas que visam o lucro das empresas produtoras e distribuidoras de produtos que interferem na amamentação. Fruto do trabalho da IBFAN Brasil, organização-membro da Aliança, o Brasil está à frente nesse processo e propõe uma Resolução à OMS que será levada à votação na próxima Assembleia Mundial da Saúde (AMS), que acontecerá em maio deste ano.

Na 154ª sessão do Conselho Executivo da OMS (EB 154), que aconteceu em Genebra entre os dias 22 e 27 de janeiro de 2024 como preparação para a Assembleia Mundial da Saúde deste ano, foi colocada em discussão uma proposta de resolução que busca algum controle das mídias digitais no que concerne ao aleitamento materno, bicos, chupetas, mamadeiras e alimentação de crianças pequenas durante o período de amamentação.

Nesse ambiente digital, prolifera uma quantidade imensa de publicidade enganosa e influenciadores(as) com temas relacionados à alimentação e nutrição infantil, a maioria dos quais inadequados. Conteúdos abusivos e prejudiciais à saúde das crianças também têm aparecido em todos os países, muitos dos quais financiados pela indústria de alimentos. A prática de marketing dessa indústria para esse segmento de consumidores é historicamente antiética.

A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, por meio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), manifestou a posição favorável do Ministério da Saúde à proposta de Resolução à AMS, em consonância com a posição de outros países.

A rede IBFAN luta há mais de 40 anos contra a prática abusiva de marketing das corporações, visando proteger o direito das mães de amamentarem seus filhos. A luta antes era para que os governos estabelecessem normas de controle do marketing que incidia principalmente sobre os profissionais de saúde e o comércio. Hoje, a luta se concentra nesta forma difusa e complexa das mídias digitais.

No Brasil, a IBFAN atuou junto ao Governo para que essa proposta fosse apresentada na 154ª sessão do Conselho Executivo da OMS.

 

Fonte: IBFAN Brasil.

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