26/08/2021 - Blog Notícias
Fonte: Conselho Nacional de Saúde
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) publicou nesta quarta (25/08) uma recomendação voltada aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Economia (ME). O objetivo é que os ministérios adotem medidas de controle do preço dos alimentos para a garantia da segurança alimentar e nutricional em meio a crise sanitária da Covid-19. Leia aqui recomendação na íntegra.
A crise social, sanitária e econômica tem interferido de forma drástica nos hábitos alimentares da população, em especial na vida daqueles e daquelas que vivem situações de vulnerabilidade. A má alimentação devido à insuficiência do poder de compra tem resultado em agravos à Saúde como baixa imunidade, facilitando a disseminação do vírus da Covid-19.
O documento do CNS considera “o aumento do desemprego (cerca de 14 milhões de pessoas desempregadas, sem contar os desalentados), a queda na renda das famílias mais pobres, impactando em maior vulnerabilidade à insegurança alimentar, reduzindo o acesso a alimentos, piorando a qualidade dos alimentos consumidos e consequente aumento da fome)”.
Desmonte de políticas públicas
A recomendação também menciona o desmonte de políticas públicas voltadas ao estímulo e manutenção de equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional como restaurantes populares, cozinhas comunitárias e bancos de alimentos, que poderiam conter a queda de acesso a alimentos adequados e saudáveis às famílias mais vulnerabilizadas.
Para Myrian da Cruz, coordenadora da Comissão Intersetorial de Alimentação e Nutrição (Cian) do CNS, a questão dos preços dos alimentos interfere no acesso das pessoas à alimentação saudável, requisito essencial para a vida. “A fome, o consumo de alimentos em quantidade insuficiente e de qualidade inadequada afetam profundamente o crescimento e o desenvolvimento de crianças e a saúde de todas e todos”, disse.
Segundo ela, o CNS entende que a governança sobre esse tema está no alcance de outros ministérios, que precisam se colocar no sentido de olhar não apenas para os grandes interesses econômicos, mas, em especial, para as necessidades do povo brasileiro. “Não é aceitável o país ser um grande exportador de alimentos, enquanto a população sofre com a insegurança alimentar e nutricional”, criticou.