Com a COP30, reforçamos que a crise climática é também uma crise de direitos humanos, e que a transformação só será possível com ação e mobilização social

Da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável

Para garantir o direito à alimentação adequada, é necessário lutar por um planeta saudável, por equidade e por dignidade humana, pois a crise climática é também uma crise de direitos humanos. Para enfrentá-la são necessárias ação coletiva, políticas públicas efetivas e mobilização social. 

Durante a COP26, realizada em Glasgow (Escócia, 2021), Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile e então Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, alertou: “Apenas uma ação climática urgente pode mitigar ou evitar desastres que terão enormes impactos sobre todos nós, especialmente nossas crianças e netos. Precisamos mudar de rumo agora. É a única opção se quisermos proteger a humanidade”.

Em 2022, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução histórica, reconhecendo pela primeira vez que todo ser humano tem o direito de viver em um ambiente limpo, saudável e sustentável. Para Bachelet, esse foi “um grande passo em frente”, pois é preciso proteger o meio ambiente e as pessoas, responsabilizar governos e empresas pelos danos ambientais e capacitar as comunidades para serem agentes de mudança.

Com a COP30, reforçamos que garantir o direito à alimentação é também garantir justiça ambiental e social. Em tempos de emergência climática, garantir o direito à alimentação passa, inevitavelmente, por transformar o modo como tratamos o planeta e as pessoas, por meio de uma transição justa que enfrente desigualdades e coloque a dignidade humana no centro das decisões.

A participação da sociedade civil é essencial nesse processo, tanto para acompanhar as negociações internacionais, como as realizadas nas Conferências das Partes (COPs), quanto para cobrar das lideranças mundiais compromissos e ações efetivas para enfrentar a crise climática. Esse tipo de atitude fortalece a democracia e amplia a pressão por mudanças estruturais, exigindo que as necessidades de comunidades tradicionais e grupos mais afetados sejam consideradas nas decisões que moldam o futuro do planeta e da alimentação.

Referências: