GT Comida de Criança da Aliança e IBFAN Brasil debatem amamentação na Cúpula Social do G20

O Grupo Temático (GT) Comida de Criança da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável coordenou um painel de debate dentro da programação da Cúpula Social do G20, no Rio de Janeiro, na última quinta-feira (14 de novembro). 

Realizado entre as atividades autogestionadas do evento, o painel foi intitulado “Comida de Criança: Como políticas para amamentação e alimentação saudável podem contribuir para a superação das desigualdades?” e foi promovido em parceria com a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN Brasil). 

Participaram do debate Maria Birman Cavalcanti (Aliança), Marcus Renato de Carvalho (Aleitamento.com), Sarita Oliveira (Grupo Virtual de Amamentação) e Izabel Joia (CONSEA Rio), com mediação de Maria Inês Couto (IBFAN Brasil). 

“Nós ficamos muito felizes com a seleção da nossa proposta para um evento tão importante quanto esse. Quase 500 propostas foram submetidas para a organização da Cúpula Social do G20. Tivemos a oportunidade de pautar as políticas para a infância como estratégias para superar a desigualdade. Estar neste espaço é resultado da nossa organização enquanto sociedade civil”, comentou Maria Birman, do GT Comida de Criança da Aliança. 

Ao final da atividade, foi elaborado um relatório, que foi apresentado à coordenação da Cúpula Social do G20 para integrar os textos que vão recomendar ações e políticas públicas locais e globais para o enfrentamento das desigualdades, da emergência climática, da fome, da crise migratória e de outras questões sociais urgentes ao redor do planeta.

Entre os pontos principais apresentados no relatório, os especialistas salientaram a necessidade de apoiar e proteger as famílias trabalhadoras, gestantes trabalhadoras e estudantes e pessoas que amamentam, por meio de ações como a ampliação do programa Empresa Cidadã, a implementação de estruturas de promoção e apoio à amamentação e alimentação adequada e saudável nos primeiros anos de vida e a qualificação dos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), com o mesmo objetivo e incluindo, especialmente, populações socialmente vulnerabilizadas, como a população negra, povos indígenas, povos e comunidades tradicionais, povos que habitam o campo, as águas e as florestas, as comunidades periféricas das cidades. 

O relatório apontou ainda a necessidade de atender às diretrizes do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, com o fortalecimento da amamentação e da alimentação complementar saudável na atenção primária; a ampliação de postos de coleta de leite e bancos de leite humano; a criação de salas de apoio à amamentação em repartições públicas; e a ampliação do número de vagas em creches e turno integral em pré-escolas. 

Ao fim, os especialistas destacaram a necessidade da sociedade cobrar de todas as esferas de governo a execução de políticas públicas para promoção, proteção e apoio a amamentação. 

A nutricionista Maria Birman, integrante da Aliança, ainda frisou a necessidade de atenção com a população do campo e as condições de insegurança alimentar a que está exposta, que constituem uma situação de violação de direitos. 

O relatório do painel “Comida de Criança: Como políticas para amamentação e alimentação saudável podem contribuir para a superação das desigualdades?” pode ser lido neste link

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