Discussões globais sobre mudanças climáticas também têm relação com o que chega à nossa mesa (foto: ACNUR – ONU News)

Da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável

Com a COP 30, em Belém, se aproximando, o Brasil volta a ocupar as atenções globais, especialmente com o tema das mudanças climáticas. Mas você sabe o que é a COP e por que ela tem tudo a ver com o que você come?

As discussões globais sobre mudanças climáticas começaram em 1972, mas foi na Rio-92 que ganharam força. Nesse marco histórico, a ONU criou a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), que entrou em vigor em março de 1994. O objetivo era construir um consenso sobre a gravidade dos impactos ambientais e a urgência de enfrentá-los de forma efetiva. A partir dali, o conceito de desenvolvimento sustentável passou a orientar o debate, propondo um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais equilibrado com o meio ambiente.

A Convenção também consolidou o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, reconhecendo que os países do Norte Global, responsáveis pela maior parte das emissões históricas, devem liderar os esforços de redução e se responsabilizar de maneira significativa pelo financiamento para a transição de países do Sul Global.

Outro marco da Rio-92 foi a forte presença da sociedade civil, que participou de espaços paralelos para ampliar o debate e incluir aspectos sociais e ambientais sob a perspectiva de organizações não governamentais.   

Desde então, as COPs (Conferências das Partes) acontecem anualmente, reunindo líderes de todo o mundo para definir os rumos da ação climática. Nessas conferências, conduzidas pela presidência de cada país que a recebe, e pelo Secretariado específico que conduz as negociações no âmbito da UNFCCC, são discutidos temas como mitigação, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação. O encontro também serve como espaço de monitoramento dos compromissos assumidos por cada país.

Nos últimos anos, novas pautas têm ganhado destaque, como justiça climática, perdas e danos, equidade de gênero e raça, povos indígenas, juventude e, claro, alimentação e sistemas alimentares.

E não é por acaso: o que comemos e como produzimos nossos alimentos está diretamente ligado ao clima. Os sistemas alimentares são responsáveis por quase um terço das emissões globais de gases de efeito estufa e, no Brasil, respondem por cerca de 70% do total dessas emissões.

Para explicitar essa conexão entre alimentação e clima, a Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável está lançando uma série de conteúdos que explicam como transformar nossos sistemas alimentares pode ser um dos caminhos mais poderosos para enfrentar as mudanças climáticas.

 

Referências:

UNFCCC. United Nations Framework Convention on Climate Change. 1992. Disponível em: https://unfccc.int/process-and-meetings/united-nations-framework-convention-on-climate-change. Acesso em: 2 out. 2025.

BRASIL. COP30: O que é a COP. Belém, 2024. Disponível em: https://cop30.br/pt-br/sobre-a-cop30/o-que-e-a-cop. Acesso em: 01 out. 2025.

UNFCCC. Conference of the Parties (COP). 2024. Disponível em: https://unfccc.int/process/bodies/supreme-bodies/conference-of-the-parties-cop. Acesso em: 01 out. 2025.

UNFCCC. NDC 3.0: Nationally Determined Contributions. 2024. Disponível em: https://unfccc.int/ndc-3.0. Acesso em: 01 out. 2025.

Acordo de Paris, 2015. Disponível em:  https://brasil.un.org/sites/default/files/2020-08/Acordo-de-Paris.pdf. Acesso em 02. out. 2025. 

​Drieux, E.; St-Louis, M.; Schlickenrieder, J.;  Bernoux, M. 2019. State of the Koronivia Joint Work on Agriculture – Boosting Koronivia. Rome, FAO. 

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