15/04/2025 - Blog Notícias

Anna Monteiro – Blog ACT Promoção da Saúde
Essas duas perguntas são uma dúvida constante para quem trabalha com alimentação saudável, como a ACT, e tentam ser respondidas no livro Gente Ultraprocessada, um best-seller do inglês Chris Van Tulleken, lançado pela Editora Elefante no ano passado em português.
Primeiro, vamos apresentar Chris van Tulleken, que veio ao Brasil em outubro para o lançamento, participou de programas, como o Panelinha, da Rita Lobo, e deu diversas entrevistas à imprensa brasileira. Ele é médico infectologista no Hospital de Doenças Tropicais em Londres. Formou-se em Oxford e tem doutorado em virologia molecular pela University College London, onde é professor associado.
Sua pesquisa se concentra em como as corporações afetam a saúde humana, sobretudo no contexto da nutrição infantil. Van Tulleken também trabalha com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), e é um dos principais apresentadores da BBC para crianças e adultos, tendo vencido dois prêmios da Academia Britânica de Cinema e Televisão (BAFTA).
Seu livro nasceu de uma descrença a respeito da classificação dos alimentos feita pelo cientista brasileiro Carlos Monteiro, que cunhou o termo ultraprocessado e revolucionou o mundo da nutrição. O inglês duvidava que esse grupo específico de produtos alimentícios pudesse ser responsabilizado pela explosão global dos índices de doenças crônicas não transmissíveis.
Ele, então, radicalizou a própria dieta e passou semanas ingerindo basicamente ultraprocessados, apostando que nada de estranho aconteceria. E não foi o que aconteceu. O livro, portanto, traz esse relato de dúvidas e descobertas que Van Tulleken fez ao mergulhar no mundo da produção de ultraprocessados e em substâncias químicas totalmente estranhas.
Paula Johns, diretora-executiva da ACT e quem descobriu o original e resolveu trazê-lo para o Brasil, escreve em sua apresentação que “Chris é muito habilidoso ao destrinchar tanto os impactos já documentados, como aqueles que ainda desconhecemos em sua totalidade, de nomes de substâncias químicas dificílimas de serem pronunciadas, como ácido perfluorooctanoico, estearato de glicerol, monoestearato de sorbitano, carrageninas, dimetilpolissiloxano entre tantos outros corantes, emulsificantes, saborizantes e edulcorantes, desenvolvidos para fazer com que os AUPs fiquem mais atrativos, saborosos, coloridos, viciantes e mais baratos para produzir”.
Em determinado momento, Van Tulleken chega a comparar os efeitos dos ultraprocessados aos das drogas e, claro, aos do cigarro, chegando à conclusão de que esses produtos são supérfluos e nocivos à saúde tanto quanto os cigarros. E nós dizemos: se faz mal à saúde, tem que pagar mais imposto.
Por isso, a ACT, que é integrante da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, vem apoiando os impostos seletivos para produtos de tabaco, bebidas alcoólicas e ultraprocessados.
O livro repete no Brasil o sucesso que fez no Reino Unido, onde se tornou um best-seller. Já vendeu aqui quase 5 mil exemplares e está na 2ª tiragem.