Milhões de brasileiros e brasileiras, adultos e crianças, vivendo em situação de insegurança alimentar, filas para comprar ossos em açougues, famílias substituindo o arroz com feijão por miojo, trabalhadoras e trabalhadores substituindo refeições por biscoitos recheados e outros produtos ultraprocessados. Nesse contexto de alta no preço dos alimentos saudáveis, a ACT Promoção da Saúde lança
“Dinâmica e diferenças dos preços dos alimentos saudáveis e ultraprocessados no Brasil”, de autoria de Valter Palmieri Júnior, doutor em desenvolvimento econômico.

Preço de produtos ultraprocessados x preço dos produtos saudáveis

O objetivo do trabalho é demonstrar, por meio de teorias e dados, a importância das políticas públicas direcionadas ao incentivo de uma alimentação saudável. Nos últimos anos, a sociedade brasileira tem enfrentado o encarecimento de alimentos saudáveis, e o estudo demonstra as razões desse encarecimento em nosso contexto nacional e suas consequências econômicas e para a saúde pública. E aborda os seguintes temas: inflação de alimentos, produção de alimentos e terras agrícolas, agricultura familiar e agricultura para exportação, preço de alimentos, tributação de alimentos ultraprocessados e alimentos saudáveis, e benefícios fiscais. O gráfico abaixo, por exemplo, faz uma comparação da evolução do IPCA de Alimentos e o IPCA geral, demonstrando como o preços dos alimentos cresceu mais do que a inflação.

De acordo com o estudo, os  alimentos mais saudáveis apresentam, desde 2006, uma elevação de preço superior à média dos alimentos e muito acima dos produtos ultraprocessados. Um exemplo é a comparação do preço entre frutas e refrigerantes. Desde junho de 2006 até março de 2021, a inflação das frutas, por exemplo, foi 89% maior do que o IPCA e 114% maior do que “açúcares e derivados”. Os refrigerantes também apresentaram oscilação de preço muito inferior aos das frutas, tornando-se relativamente 43% mais baratos em 2021 em relação a 2006.

Produção de commodities x agricultura familiar

Outro destaque da apresentação – que contou com design gráfico da Fábrica de Ideias Brasileiras – são dados a respeito da produção de legumes, verduras e frutas em comparação à produção de commodities. Um dos dados do relatório mostra que o total de hectares destinados à produção de legumes pelo Brasil é menor do que o do Japão – ainda que a quantidade de terras agricultáveis brasileira seja 54 vezes maior do que no país asiático.

 

 

E traz dados sobre as diferenças nos investimentos públicos para produção de commodities em comparação ao investimento destinado à agricultura familiar, maior responsável pela produção de frutas, legumes e verduras.

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