Consumidores irlandeses passam a pagar mais para consumir refrigerantes e outros produtos não saudáveis

Entrou em vigor no início do mês de maio, na Irlanda, um novo imposto sobre bebidas adoçadas. O intuito, a exemplo do que acontece em outras partes do mundo, é o de reduzir o consumo de produtos que sabidamente contribuem para a crise de obesidade e doenças relacionadas.

O imposto eleva o preço de qualquer produto com base de água ou suco e que seja adocado artificialmente. O valor varia de 20 centavos de euro para as bebidas que contenham entre 5g e 8g de açúcar em 100ml a 30 centavos de euro para quantidade superiores de açúcar na mesma quantidade de mililitros. Além dos refrigerantes, o imposto afetará algumas águas aromatizadas, bebidas energéticas e esportivas e sucos elaborados a partir de concentrados.

A medida precisa ser celebrada. Ela amplia a lista dos países que assumiram o compromisso de enfrentar a complexa questão de desestímulo a produtos não saudáveis. A tributação é uma política recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

No mês de abril entrou em vigor no Reino Unido um imposto semelhante, anunciado há dois anos. A taxa varia de acordo com a quantidade de açúcar por cada 100ml de bebida. Os refrigerantes mais populares e tradicionais do mercado, como a Coca-Cola e a Pepsi, contêm entre 10g e 11g de açúcar por 100 ml, e podem sofrer um aumento de cerca de 40% em relação ao que se paga hoje.

No México, a tributação sobre bebidas adoçadas existe desde 2014. De acordo com a revista especializada The Lancet, houve uma redução de 17% no consumo desse tipo de produto entre as famílias mexicanas de menor poder aquisitivo. Um levantamento da Universidade da Carolina do Norte (UNC), aponta, também, para um aumento na venda de bebidas não taxadas, como a água.

Não se trata apenas de reduzir o consumo, mas do efeito adicional de estimular a própria indústria de alimentos a rever suas fórmulas. No Reino Unido, por exemplo, informações da imprensa local apontam que mais da metade dos fabricantes anunciou mudanças nas fórmulas de seus produtos para cortar o açúcar e evitar a cobrança.

E o Brasil, quando pretende avançar nessa discussão?

Leia aqui a reportagem da agência de notícias EFE sobre o novo imposto irlandês.

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