Medida entraria em vigor em 2018, mas pressão da indústria empurrou para 2020

No fim de 2017, o governo de Israel conseguiu aprovar uma lei que exige que todos os alimentos industrializados altos em sal, açúcar e gordura saturada estampem na parte da frente das embalagens um selo de advertência vermelho. O objetivo é informar de forma clara e objetiva ao consumidor que se trata de um alimento não saudável – e, assim, favorecer escolhas mais saudáveis.

A batalha contra os interesses da indústria de alimentos do país foi intensa. Durante dois anos, empresários e lobistas exerceram uma forte pressão sobre o Ministério da Saúde e o comitê técnico. De acordo com o jornal The Times of Israel, as principais reivindicações dos fabricantes eram de que esta deveria ser uma medida voluntária, e que  em vez de os nutrientes críticos levarem selo vermelho, apenas os nutrientes considerados saudáveis seriam sinalizados.

Nenhuma dessas solicitações foi atendida. Apesar disso, a indústria conseguiu algumas vitórias. Uma delas foi a de remover o selo de pacotes menores do que 25 centímetros quadrados, como de snacks e balas. O setor também conseguiu ganhar tempo. Cedendo às pressões, o ministério da Saúde postergou para 2020 a implementação da medida, que inicialmente entraria em vigor já em 2018. De acordo com o jornal The Jerusalem Post, a advertência agora será implementada em duas fases, entrando em pleno funcionamento apenas em 2021.

O ministro da Saúde, Moshe Bar Siman Tov, espera que os fabricantes de alimentos e bebidas utilizem este tempo para reformular seus produtos, reduzindo consideravelmente a quantidade de sal, açúcar e gordura saturada. Assim, o consumidor não terá que se deparar com um mar de selos vermelhos quando entrar no supermercado, segundo palavras do ministro.

Leia aqui a reportagem do jornal The Times of Israel e aqui a reportagem do The Jerusalem Post. Marion Nestle, do blog Food Politics, também abordou o tema aqui.

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