Liderados pelo exemplo chileno, países da região enfrentam a obesidade e indústria de alimentos e bebidas

A América Latina vem enfrentando um processo conhecido como transição nutricional, que, em linhas gerais, é marcado pela mudança do padrão alimentar do países da região em direção a produtos cada vez menos saudáveis. Em decorrência disso, alguns dos nossos vizinhos registram as mais altas taxas de obesidade do mundo e os maiores níveis de consumo de refrigerantes. Diante deste cenário alarmante, mudanças se fazem necessárias e, como resultado, políticas públicas inovadoras vêm sendo implementadas na América Latina.

O Chile tornou-se a primeira e grande referência no assunto. Com a adoção de uma rotulagem nutricional frontal de advertência, que estampou nas comidas ultraprocessadas um símbolo de fácil entendimento e grande impacto sobre as decisões de compra, o país se colocou na vanguarda. “Temos a necessidade de contar para as pessoas que a junk food não é saudável. E o modelo chileno de alertas parece ter mudado uma conduta social no país. Está funcionando muito melhor que qualquer outro modelo”, analisa Barry Popkin, professor de Nutrição da Universidade da Carolina do Norte e profundo conhecedor da região.

O Uruguai está prestes a aprovar um modelo semelhante – e foi ameaçado com sanções econômicas pela Coca-Cola Company recentemente. Até o Canadá já estuda a melhor forma de dispor as advertências nas embalagens dos ultraprocessados, partindo da constatação de que este é o melhor modelo de acordo com as evidências disponíveis. No México, os impostos sobre bebidas açucaradas (refrigerantes e chás gelados, por exemplo) exibem seus primeiros resultados e já foram exportados para alguns estados norte-americanos como a Califórnia. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa modelos de rotulagens frontais, dentre os quais estão modelos inspirados nos resultados chilenos.

Sobre esse tema, o blog O Joio e o Trigo fez uma análise detalhada da atuação latino-americana no combate à obesidade. O texto pode ser lido na íntegra aqui.

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