Reportagem investiga a relação entre o acordo de livre comércio e aumento do consumo de alimentos não saudáveis no país

Em quase três décadas, o México viu triplicar o seu número de obesos, passando de 7% em 1980 para quase 21% em 2016. O diabetes é hoje a principal causa de morte no país, custando 80 mil vidas por ano. O consumo de alimentos não saudáveis assusta: em 2015, o mexicano comprava em média 1.928 calorias ao dia de bebidas e alimentos ultraprocessados, 380 a mais do que os americanos e mais do que os moradores de qualquer um dos países acompanhados pela Euromonitor International.

Esses e outros dados fazem parte de uma reportagem recente publicada pelo jornal americano The New York Times, que investigou o papel do acordo de livre comércio Nafta nos crescentes índices de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis entre a população mexicana. De acordo com a reportagem, entre os efeitos do Nafta estão o enfraquecimento da agricultura familiar, o fortalecimento da indústria de alimentos não saudáveis e a expansão das redes de fast food e hipermercados americanos.  

A obesidade é uma doença complexa e multifatorial, mas para os especialistas ouvidos pela reportagem, é consenso que a abertura comercial teve papel preponderante na mudança dos padrões de alimentação dos mexicanos, aproximando-os cada vez mais da dieta dos Estados Unidos.

Para se ter uma ideia, no ano passado, grande parte das exportações do México aos Estados Unidos era composta por frutas, legumes e sucos. Na direção oposta, chegaram ao país vindos do Estados Unidos, basicamente carne bovina, soja e milho – ingredientes que servem de insumos para a indústria de alimentos ultraprocessados. As exportações americanas de xarope de milho, com alto teor de frutose, saltaram de US$ 5 milhões para US$ 345 milhões nas últimas três décadas – um crescimento de US$ 340 milhões.

A reportagem completa do The New York Times pode ser lida na íntegra e em português aqui.  

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