Alimentos não saudáveis passarão a ter rótulos de advertência, no formato de hexágonos pretos,
na frente de suas embalagens para indicar excesso de nutrientes prejudiciais à saúde

Imagem: Istock

O México deu um passo importante para a promoção da saúde no país: a partir de 1º de outubro deste ano, alimentos com quantidades excessivas de gorduras saturadas, gorduras trans, açúcares, sódio e calorias passarão a ter rótulos de advertência, no formato de hexágonos pretos, na frente de suas embalagens.

A nova norma de rotulagem foi publicada pelo governo do país em 27 de março, após diversas discussões e contribuições de organizações da sociedade civil e de saúde pública. Durante o processo de atualização da norma, foram realizadas mais de 20 reuniões envolvendo os comitês de saúde e economia, dentre outros relacionados ao tema, além de uma consulta pública.

A rotulagem de advertência tem como objetivo fornecer informações nutricionais mais claras e reduzir as altas taxas de excesso de peso que o país enfrenta. Segundo dados do Ministério da Saúde do México, a obesidade afeta 32,4% da população adulta. Em uma análise comparativa dos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o país ocupa o segundo lugar na prevalência de obesidade, precedido apenas pelos Estados Unidos.

Com a mudança, o México é o quarto país da América Latina a implementar avisos nos rótulos de alimentos e bebidas não alcoólicas, depois que o Chile aprovou legislação semelhante em 2016, o Uruguai em 2018 e o Peru em 2019.

Histórico

A  discussão em torno da rotulagem nutricional no México acontece desde 2014, quando foi implementado o modelo de GDA nos rótulos de alimentos e bebidas no país. Em 2015, a organização El Poder del Consumidor pediu uma revisão da decisão, alegando a falta de participação de organismos nacionais de saúde, pesquisadores e organizações da sociedade civil.

No Brasil, desde 2017, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) analisa propostas de mudanças para aprimorar a rotulagem nutricional. De setembro a dezembro de 2019, a agência realizou uma consulta pública para que a população pudesse opinar sobre qual o modelo de rotulagem deve ser adotado, mas ainda não apresentou o resultado.

Nos últimos anos, a Aliança e seus membros, como o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), têm acompanhado experiências de aprimoramento da rotulagem nutricional em diferentes países e defendem que o modelo de advertências é o mais eficiente para garantir que a população faça escolhas alimentares mais saudáveis.

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